Imagine a cena: após o contato com o jornalista de uma grande mídia, o cliente se empolga e passa a ignorar o próprio assessor de imprensa, considerando que este primeiro contato vai render uma visibilidade u uma conexão quase ao nível de relação pessoal tal que o profissional contratado para cuidar de sua imagem e articular estratégias de sua marca pode ser esquecido no meio do processo. Como lidar com isso?
A matéria prima do assessor de imprensa é seu networking e seu conhecimento sobre a melhor maneira de apresentar conteúdo relevante de seu assessorado, seja ele uma empresa, seja um profissional, a jornais, revistas, sites, tevês ou rádios. É ele quem identifica nas mensagens do cliente o que de fato vai interessar à mídia e também é o assessor que vai traçar a melhor estratégia para transformar esse conteúdo na linguagem mais adequada para “vender” ao veículo de comunicação.
Ao empolgar-se, o cliente assessorado torna-se vulnerável a vários erros na condução do processo e ainda, pode comprometer a própria imagem e precisar do socorro de seu assessor numa gestão de crise de sua imagem.
Deslizes evitáveis
É comum, mas dá para evitar em meio à empolgação:
Oferecer presentes ao jornalista (hoje em dia, muitas redações limitam a um almoço de relacionamento o regalo máximo permitido a estes profissionais);
Falar mais do que poderia (ao confundir relação profissional com proximidade pessoal, o assessorado pode expor informações que não deveria ao jornalista, que estará livre para divulgar a qualquer tempo);
Telefonar ao jornalista a qualquer momento do dia, sem considerar sua agenda de trabalho (existem horas e dias mais adequados para entrar em contato com jornalistas, o assessor sabe o perfil do profissional e da revista para saber disso);
E um dos mais comprometedores: prometer o que não pode cumprir, mentir ou especular acerca de informações.
Em cenários como este, o cliente não apenas se expõe como também estremece sua relação com o assessor de imprensa, pois sinaliza que não confia em aguardar os tempos corretos de aproximação e conquista do jornalista a quem se vai abordar. É desnecessário, arriscado e, em alguns casos, pode sair muito caro à imagem do cliente.
O assessor sabe das expectativas de seu cliente e seu planejamento estratégico está focado em atendê-las de forma realista, oferecendo conteúdo relevante e uma fonte mais relevante ainda. Confie no seu assessor de imprensa, mas se estiver em dúvida sobre sua conduta, abra o jogo, peça explicações; jamais se arrisque, tampouco queime a sua agência de comunicação no mercado.
Da mesma forma que ela tem o networking e a estratégia de comunicação mais adequadas para sua necessidade, o assessor de imprensa pode auxiliar em todas as etapas do processo de uma entrevista.
*Andrea Espírito Santto, CEO e Fundadora da Manchette Comunicação e Estratégia e Especialista em Comunicação Empresarial
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